Após grande dedicação, alegrias, desencontros recorrentes a elaboração de um evento, enfim aconteceu o 1º Seminário de Disseminação de Leitu...
Após grande dedicação, alegrias, desencontros recorrentes a elaboração de um evento, enfim aconteceu o 1º Seminário de Disseminação de Leitura Literária "A Importância da Biblioteca Comunitária". Com essa atividade o Pólo de Leitura "Sou de Minas, Uai" ganhou experiência quanto a organização, gestão, participação, autonomia e demais conhecimentos e habilidades necessários para a elaboração de um seminário com grande número de pessoas. Estamos felizes com a incidência alcançada, com a participação dos palestrantes, oficineiros, público e todos que de alguma forma tornaram possível a realização do seminário.
1ª MESA REDONDA
Mediadora: Rejane Valéria (bibliotecária do Pólo de Leitura "Sou de Minas,Uai")
Áurea Regina Guimarães Thomazi - Professora UEMG e UNATEC)
A professora Áurea apresentou um texto muito rico onde explicita e chama para a discussão sobre a questão do livro e da leitura no Brasil. Sua fala contemplou o cenário educacional, a formação de professores, o acesso ao livro e a leitura literária. A educadora nos contou também sobre sua pesquisa acadêmica focada nas bibliotecas comunitárias.
confira em breve texto na íntegra
Bartolomeu Campos de Queirós-
Escritor mineiro com formação nas áreas de educação e arte. Cursou o Instituto Pedagógico de Paris. Publicou mais de 40 livros no Brasil, sendo que vários foram traduzidos para outros idiomas. É detentor de vários prêmios literários e recentemente foi indicado ao Hans Christian Andersen.
Através de um verdadeiro bate papo o escritor perpassou diversos temas enquanto esteve com a fala na mesa de abertura. Bartolomeu focou na questão da leitura literária e suas diferenciações.
"... o livro literário faz a criança pensar, aperfeiçoar opiniões."
O autor falou sobre a comercialização, consumismo, que vem crescendo no meio literário. Como exemplo citou os "livros-brinquedo", e afirmou que livro brinquedo não é literatura e que se torna um erro acreditar que através destes livros conquistaremos leitores de leitura literária. Bartolomeu deixou um recado para os novos profissionais e estudantes da área de literatura: “Fiquem atentos para a sociedade que estamos vivendo. É uma sociedade de consumo que quer vender a qualquer preço. A literatura torna as pessoas mais críticas, mais sábias, mais criativas, mais inteligentes...”
Os livros didáticos e de auto-ajuda também passaram pela crítica do autor. Este diz reconhecer o valor dos livros didáticos, mas apenas como fornecedores de um conhecimento "chapado", sem propostas eficazes para que tal aprendizagem se vincule a realidade e culminem na criatividade, na "reinterpretação". Sobre os livros de auto ajuda diz não considera-los como literatura, pois a " literatura não tem compromisso com a verdade". Bartolomeu levou o publico às gargalhadas ao dizer que " ao invés de ler todos os livros do Paulo Coelho, seria melhor ler a Bíblia" que é mais completa, dotada de questionamentos e representações ricas.
Bartolomeu transcorreu sobre os aspectos que definem ou não um leitor, e salientou que "não importa se a criança está lendo um livro por mês, por ano. Literatura é arte, não é quantidade." O autor causou surpresa a muitos ao dizer que é um leitor da série Harry Potter. O autor disse que manifestou seu interesse pela série ao perceber que crianças estavam lendo livros grandes e resolveu descobrir o que estava encantando tantos jovens leitores. Bartolomeu vê qualidade na saga, mas também chama a atenção para que esta seja a oportunidade de apresentar também outros tipos de leitura para as crianças.
Ao ser indagado pelo público sobre qual seria essa leitura literária de qualidade em que pautou sua fala durante a apresentação, Bartolomeu enumerou diversos nomes importantes de literatura brasileira e das possibilidades de se viajar, se encantar com a literatura nacional.